Sinopse
Nasceu no Povoado Folha Branca, cidade de Tacaratu, Pernambuco. Fugiu da seca aos oito anos de idade, devido à fome que devastava seu torrão natal. Ele e seu irmão vieram dentro de caçuás, suspensos no lombo de um jumento. Passaram no Sítio Cacimbas, Arapiraca, e contemplaram as pequenas plantações de fumo da família Magalhães. Nesta época aquele recanto só tinha duas casas, uma de Francisco de Paula Magalhães e a outra de José Lima.
Ali nas Cacimbas ele se banhava pelas águas da chuva, e para passar o frio, tomava escondido, lapadas de misturada, de seu pai. E ele dizia para si:” Daquela bebida quem bebeu primeiro foi eu!”
Aos catorze anos de idade ficou órfão de mãe, tesouro de sua existência! Assim deu uma pausa nos estudos para cuidar de suas duas irmãs.
Assentou tijolos nas cacimbas, trabalhou nos roçados de fumo.
Ainda morou em Salomé. Retornando para Arapiraca, foi morador da fazenda do Lino de Paula Magalhães, ainda ajudou seu pai com José Honorato na plantação de fumo, e trabalhou na olaria, que ficava nos fundos de sua antiga moradia.
Estudou no Adriano Jorge, nesta época a diretora era Maria Fragoso. Apanhou demais de palmatória de sucupira, mas também bateu em alguns de seus colegas.
As travessuras se davam também, entre os trabalhos nos currais de fumo. E brincou muito de aviãozinho.
Na juventude sempre gostava das melhores vestimentas, por isso comprava os tecidos e os encaminhavam aos seis alfaiates da época, entre eles: Leôncio, José Inocêncio, Neco, todos famosos no feitio de ternos.
Fez parte de quatro bandas de músicos arapiraquenses: do Maestro Nelson Palmeira, Maestro Nor Morcego, a do seu mestre de música, Maestro Araújo, e a do Maestro Gênesio Pereira Nascimento. Fez parcerias musicais com Gênesio Rodrigues, Gondizalves Rodrigues e outros músicos da histórica Orquestra União Arapiraquense, criada por Espridirião Rodrigues, em 1908.
Foi um dos mais antigos sapateiros da cidade, assim, também foi um dos primeiros lojistas de sandálias e sapatos na Sapataria Caçula, primeiro ao lado da rua Manoel André, e a outra na rua Aníbal Lima, por último montou uma loja na rua 15 de Novembro, esta loja segundo o mesmo, foi saqueada na seca de 1970.
Participou na inauguração da primeira fábrica de Charutos Lêda, de propriedade do deputado José Lúcio de Melo.
Conheceu sua esposa Noêmia em uma festa na casa de José Feliciano, no Sítio Massaranduba, logo, a convidou para dançar, pois foi amor a primeira vista! Pouco depois casaram-se, e a homilia do casamento foi celebrada pelo Padre Luiz Ferreira.
Tocou nas festas da padroeira, arrastou blocos pelas ruas de Arapiraca, tocou no clube dos fumicultores. Seu grupo de músicos certa vez, foi expulso do centro da cidade em uma tocada, pelo Luiz Pereira Lima, que não gostou daquela batucada!
Tomou sorvete na Pinguim do Mário Lima e compôs versos e marchinhas de Carnaval.
Quando se deparou com o bando de Lampião, e ouviu o grito: “saía da frente”, ele correu a pé e deixou o cavalo. “Foi uma carreira só!”
Ele estava nas imediações do centro de Arapiraca, quando alguém gritou: “olhe o caminhão com as cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros.” As cabeças ficaram expostas na esquina da rua 15 de Novembro, em frente a bodega do Pio Matos, pai da Maria de Lourdes (Maria do Claudenor).
Diretor do DER (Departamento de Estradas e Rodagens de Alagoas) por mais de cinco anos.
Foi um grande parceiro político de seu amigo, governador José Tavares.
Esposo, pai, agricultor, sapateiro, mascate nas feiras de Arapiraca e região, músico das principais orquestras que animavam a pequenina cidade. Assim, Antônio Gerônimo dos Santos tornou-se uma das Raízes de Arapiraca.