Cecílio Francisco da Silva

O Mestre Afinador de Sanfona
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Sinopse

Nasceu no Sítio Monteiro, cidade de Taquaratinga do Norte – PE. Foi criado por seus avós maternos: João Antônio da Silva e Rosa Teresa da Silva, em um sítio deserto, na Caatinga braba do sertão. 

O trabalho era o de roça, pois era o que tinha mesmo! 

Ainda na infância ajudava sua mãe, que era costureira à cortar os tecidos. Aprendeu à tocar na sanfona de seu pai, que era uma exímio sanfoneiro. 

As brincadeiras de produzir instrumentos musicais: o berimbau rústico, pandeiros feitos de latas de doces, invenções de sua criação artística. Nesta época a pobreza era extrema! Sua avó lhe contava histórias para não dormir com fome, pois seu avô, ia buscar a mandioca para fazer o beiju.

Aos oito anos já trabalhava na roça e no fabrico de carvão. Ainda na infância trabalhou no açude do governo, no momento do almoço comia farinha de milho seca para juntar dinheiro e assim comprou quatro jumentos, utilizados para venda de carvão pelas cidades da região.

Os umbus doces e gelados do sereno da noite. Naquele umbuzeiro frondoso, encontrou uma tesoura velha, assim iniciou na profissão, cortando os cabelos dos seus irmãos e da meninada da região. 

Estudou um pouco, mas foi expulso da primeira escola, pois mordeu o braço da mestra, por achar injusta uma punição imposta pela mesma. 

A festa de seu casamento, foi animada pelo Trio Nordestino Popular, tendo no pandeiro Zé do Rojão, seu companheiro de tocadas. Ao longo dos anos viu sua família crescer! É um herói, pois sustentou treze filhos, como agricultor, sanfoneiro, barbeiro e pedreiro.

Afinador de sanfona, aprendeu sozinho, esta profissão artística, sendo um grande autodidata e o único profissional neste ramo a desenvolver sua arte na terra do maestro Virgílio Rodrigues da Silva e tantos músicos. Multi – instrumentista: violonista, gaiteiro, sanfoneiro, pandeireiro, cavaquista, entre outros instrumentos musicais. Tocou sanfona para Josa Vaqueiro, além de outras estrelas da música popular Nordestina. Alegrou muitas festas da região. Uma simpatia esbanjante. Aos trinta anos de idade trocou de vez o som da enxada pelo som do cavaquinho e da sanfona. 

Veio trabalhar em Arapiraca no Salão Recife, no ano de 1977, como barbeiro. Era o salão mais luxuoso da cidade, de propriedade do barbeiro Pedrinho. Neste salão, trabalhou por sete anos, saiu para montar o seu, denominado Salão dos Artistas. Servia este espaço como apoio dos artistas, encontro de seus amigos de musicalidade. 

Afinou sanfona do Basto Peroba, um dos maiores nomes da música regional do Brasil, durante trinta e cinco anos. 

O mestre Afrísio Acássio foi seu amigo – irmão. Ele sente muita saudade de sua cantoria e de seu dedilhar na sanfona, além de sua amizade. 

Recebeu uma homenagem da prefeitura da cidade, como “mestre no ofício de afinar para cultura popular tradicional de Arapiraca”. 

Esposo, pai, barbeiro, pedreiro, afinador de sanfona, multi – instrumentista e um dos maiores artistas populares de Arapiraca e do Brasil. Sua trajetória é uma lição de vida! Assim, Cecílio Francisco da Silva, tornou – se uma das Raízes culturais de Arapiraca.