José Teles Sobrinho

O Trem da História
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Sinopse

Nasceu no Sítio Genipapo, Arapiraca – AL.  Foi na sombra da frondosa árvore que deu nome ao lugar, que por vezes sentiu o vento balançar a folhagem daquele genipapeiro marco atemporal do recanto, tão cheio de histórias! História de seus antepassados e dele próprio.

Filho de Pedro Teles da Silva e Elosa Luiza da Silva, ambos agricultores, ali mesmo em seu berço de nascimento.

Ali foi criado tomando leite de cabra, criação de sua mãe. Quando já estava com com seis anos de idade, ia buscar lenha de Cantigueira e de outras árvores, que tanto sua mãe gostava, nas matas, para abastecer o fogão de sua casa.

De trabalhar mesmo, não era tão fã, gostava era de brincar de fabricar carrinhos ao lado do primo Josias. Tempo bom, e brincadeiras e brigas com os meninos de sua época.

Foi estudar na escola em um salão, na fazenda do José Henrique, ali mesmo no Genipapo, com a Professora Quitéria, que o colocava de vez em quando de joelhos nos caroços de milho, porque brigava demais com os colegas de sala. Além de apanhar constantemente de palmatória!” Era pá, conta ele”! Com o passar do tempo ele reconheceu que a mestra estava certa. Continuou os estudos na escola do professor Antônio de Lima Brito, que também era neto do Manoel Ferreira de Brit, deste mestre não apanhou, mas ainda hoje sente as dores da palmatória da Professora Quitéria.

Em 1957, seu pai foi para São Paulo e nunca mais retornou, foi criado sem a presença paterna, desde os seus doze anos de idade. Sua mãe foi sua heroína, partiu com noventa e dois anos de idade. Não há um só momento em que não pense nela, no amor cristalino que ela sempre deixou transparecer por ele.

Sua mãe fazia cocada, para vender na feira de Arapiraca, ele montava a banca bem em frente ao coreto da igreja velha de Nossa Senhora do Bom Conselho. Ali se apresentavam uma banda com zabumbeiro, e outros instrumentistas, e ele não perdia nem um só momento das apresentações. Foi vendedor de abacaxi neste espaço.

Gostava de ir comprar bacalhau, querosene na bodega do José Henrique, local que acolhia a todos da comunidade. E essas lembranças lindas seus olhos contemplaram!

No período de seca, ia buscar água no lombo do cavalo, no Sítio Olhou D’água, próximo à comunidade Quilombola do Carrasco, na fonte Caburé.

Gostava de passear pelas calçadas da Praça Marques da Silva, assistir filmes no Trianon e apreciar a beleza da fonte sonora luminosa. Ali semanalmente ia levar uma carga de abacaxis em seu cavalo, para o Mário Lima, da Sorveteria Pinguim.

Aos dezoito anos de idade foi trabalhar na Usina Ouricuri, na promessa do dinheiro mais rápido! Ainda se recorda do trem que o levou da estação da Lagoa do Rancho!

Em 1959, plantou sua primeira meia tarefa de fumo, que foi vendida ao Zeno Bernadino, com o dinheiro da produção foi a Palmeira dos Índios, comprar uma bicicleta e um chapéu. Desde de então já se vão mais de sessenta anos de fumicultor.

Conheceu a jovem Maria de Fátima, no curador de fumo do Jonas Lima de Brito, logo apaixonou – se, namoram e casaram, na Igreja de São José, da rua São Pedro, Alto do Cruzeiro, casamento celebrado pelo padre Santana. Uma companheira de uma vida inteira, tanto no amor quanto no trabalho!

Em 1981 conta que chegou energia elétrica no Genipapo de Cima, já no Genipapo de Baixo, foi em 1980.

Esposo, pai, vendedor de abacaxis na feira de Esperidião Rodrigues, fumicultor resistente e uma das figuras mais queridas da cidade. Assim, José Teles Sobrinho, é uma das Raízes de Arapiraca.

 

Ficha Técnica

Idealização e direção Ricardo Nezinho | Entrevistado Arapiraquenses, 18ª Edição | Entrevistador Aldo CS | Local da gravação Arapiraca/AL | Data de Lançamento 17 de novembro de 2023 | Produção executiva Ricardo Nezinho, Sandro Ferreira, José Sandro, Aldo CS, Caio Ceza, Jimmy Gonçalves | Historiador José Sandro | Diretor de Produção Aldo CS | Filmagem e Fotografia Sandro Ferreira | Técnico de som Sandro Ferreira, Cledivaldo de Oliveira | Colaboradores Isve Cavalcante, Fábio Barros, Suely Mara Lins Melo | Projeto gráfico Aldo CS | Trilha de abertura Marcos Sena, Jovelino Lima | Artista plástico Marcelo Mascaro.

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