Sinopse
Nasceu no dia vinte e seis de Abril de 1933, no antigo Sítio Cavaco, Arapiraca, AL. paisagem presente em sua infância. Cavaco das tradições, da velha guarda arapiraquense, o patriarca Ventura José de Farias, seu avó, que encontrou naquele lugar, o refúgio ideal de trabalho e moradia. Ali , Júlia brotou como uma rosa no jardim.
Quando tinha apenas 5 cinco anos de idade, Lampião, Maria Bonita e seu bando de cangaceiros circularam pelas redondezas de Arapiraca, deixando os moradores do Cavaco amedrontados, mas eles não entraram, e isso ficou marcado em suas memórias.
Filha de José Ventura de Farias e Izabel de Oliveira Lima. Agricultores de fumo. Assim desde cedo, já aos oito anos de idade, iniciou trabalhando no salão de fumo, como destaladeira, ao lado de sua mãe e mestra da labuta.
Sua infância foi de brincadeiras de bonecas de pano, casinhas, de roda, de correr nas campinas, ouvir histórias de trancoso, sorrir, cantar, viver cada fase do dia, contemplando e absolvendo, o belo da existência.
Aprendeu as letras e números na escola municipal Deodoro da Fonseca, nas redondezas de sua moradia.
Durante a juventude recebeu em sua casa, o médico e Deputado José Marques da Silva, que veio a convite de seus pais. Marques da Silva, tornou-se amigo da família Ventura.
Aos 22 anos de idade, conheceu Luiz Barbosa dos Santos, com quem enamorou-se e casou-se na Igreja Velha de Nossa Senhora do Bom Conselho, celebrado pelo Padre Epitácio Rodrigues. Saiu do Cavaco até à Igreja vestida de noiva, numa viagem a pé.
Seu esposo era fumicultor. Plantava fumo, na área em que está instalada a UFAL de Arapiraca.
Das tristezas da existência a que mais lhe abalou foi à morte de sua filha Régia, de apenas 6 anos, vítima de um atropelamento.
Ela olha para atrás, e ver seu Cavaco, iluminado pela energia elétrica do motor de propriedade do bodegueiro, fumicultor e político João Lúcio da Silva, as quermesses de santos, as apresentações folclóricas de pastoril, reisados, guerreiro e das bandinhas de pífanos, o céu iluminado com o clarão dos fogos de artifício, estridentes sons e gente. Sua gente, ao redor do alpendre da sua velha morada.
Quase um centenário de existência. Nasceu e vive até hoje em sua Arapiraca.
Passou por momentos difíceis e alegres, na política, já que alguns de seus parentes faziam parte dos hostes do João Lúcio da Silva, contra o grupo oposicionista, liderado por Luiz Pereira Lima e seu filho, Deputado Claudenor de Albuquerque Lima.
Júlia participou dos bailes de carnaval do Clube dos Fumicultores, frequentou as festas da padroeira Nossa Senhora do Bom Conselho… torcedora apaixonada pelo Asa.
Esposa, mãe, agricultora, destaladeira de fumo, memória viva de seu Cavaco, de sua cidade. Carrega em sua história quase um centenário. Assim, Júlia Ventura dos Santos, é uma das Raízes de Arapiraca.
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