Sinopse
Nasceu no dia 13 de maio de 1921, no Sítio Antonica, em Lagoa da Canoa, antigo Distrito de Arapiraca. Viveu entre matas densas e águas cristalinas de uma esbelta lagoa, que deu nome ao lugar.
Filha de José de Matos e Maria Maximina da Conceição, ambos agricultores. Profissão que aprendeu e lhe acompanhou na maior parte de sua existência, mais que centenária. Adentrava já nos primeiros passos nos roçados de mandioca, milho, feijão, algodão e fumo e ali se encontrava com o trabalho.
Iniciou na labuta, como vendedora de chapéus de palha, ainda criança. Neste período, Arapiraca estava recém emancipada de Limoeiro de Anadia, e “suas ruas eram de chão batido!” Contou ela.
Iniciou os estudos, em uma escola improvisada em um salão, no Sítio Costa. Os bolos de palmatória, fizeram parte de seu diário estudantil!
Nos momentos vagos gostava de brincar de bonecas de pano, feitas também das espigas de milho, de se esconder nas vegetações ao redor de sua casa. Lembranças do seu reino de fantasias e dificuldades. As estórias de trancoso: Caipora, Fogo corredor, Lobisomem, Mula sem cabeça, entre outros contos populares, também povoam suas recordações infantis.
Aos vinte anos de idade, conheceu José Moura, com quem casou-se na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Matriz de Lagoa da Canoa. Depois de doze anos de casada, ficou viúva, ficando com a responsabilidade de sustentar e educar sua prole de oito filhos!
Em 1961, foi morar no histórico berço cultural de Arapiraca, a Canafístula! Um pedaço do paraíso artístico da terra do Mestre Duda! Ela conta que esta comunidade foi sua “salvação!”, pois ali encontrou uma legião de amigos; trabalho e um colorido perfeito do guerreiro, que passou a ser as nuances de sua vida!
Ali assistiu e, ainda na atualidade assiste as apresentações culturais de guerreiro, pastoril, fandango, coco de roda, quadrilhas juninas entre outras manifestações do folclore brasileiro.
Quando chegou na Canafístula foi trabalhar nos roçados da cultura fumageira. Inclusive como destaladeira de fumo! Também trabalhou como oleira no fabrico de tijolos. Nos períodos da farinhada, foi raspar mandioca para as indústrias artesanais, que tanto deu fama e riqueza a Canafístula.
No ano do Centenário de Arapiraca, foi responsável por as festividades da Canafístula, por hastear a bandeira no mastro que fica em frente à Igreja de Santa Izabel da Hungria!
Lucida, com mais de um século de história! É mais antiga do que a emancipação política de nossa cidade.
Esposa, mãe, agricultora, vendedora de chapéu de palha na infância, na centenária feira, destaladeira de fumo, oleira do fabrico de tijolos… Assim, Ubaldina Maria de Farias, é uma das centenárias Raízes de Arapiraca.
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