Sinopse
Nasceu na pitoresca Canafístula, ambiente de múltiplas tradições culturais. Ali, ainda continua sendo seu idílio, seu eterno jardim.
Seus estudos na Escola Reunida da Canafístula com a professora Rosa Magalhães, a quebra da palmatória em suas mãos, as brincadeiras de infância, boto, chimbras, esconde-esconde, pegar besouro mangangá para colocar – los em caixas de fósforos, suas lutas nos roçados, sua arte no fabrico de tijolos, telhas e ladrilhos, produzidas com a argila, outrora muito abundante na localidade, as casas de farinha e outros estabelecimentos, são recordações impossíveis de esquecer.
Manoel João da Silva, casado com Joana Amália de Magalhães, um dos casais fundadores da Canafístula são os seus avós paternos, seus avós maternos são Pedro Balbino da Silva e Joana Maria da Conceição, ambos fundadores do Alto dos Balbinos. Seus pais são: Antônio Magalhães da Silva e Carmelita Barbosa da Silva. Aprendeu com seu pai a profissão de mecânico de bicicleta, assim ia trabalhando e ajudando nos gastos da casa de seu nascimento, Ainda aprendeu com seu genitor as técnicas de aplicação de injeções.
Ele ainda se recorda das carroças perfiladas, carregadas de tijolos, a desfilar pela Rua São Roque, também conhecida como o Alto dos Balbinos, em direção a Arapiraca, que naquele época crescia em uma velocidade de cometa, e, os tijolos e telhas produzidas nas olárias da Canafístula, foram utilizados para a construção arquitetônica da cidade, desde os anos de 1920, e, que durou até findar a matéria mineral (o barro) na década de 1970.
Em 1960, segundo o mesmo, chegou a energia elétrica e seu pai era o responsável pelo motor, e o menino Fernando tinha o prazer de ir correndo ligá-lo, sempre às 18 horas.
Ele fala que no período eleitoral o Alto dos Balbinos acompanhava a ARENA, e a Canafístula o MDB.
Depois de uma temporada em São Paulo retornando à sua terra natal Arapiraca, seu tio, Jose Pedro, lhe convidou para passar por um estágio de aprendizagem no Bar do Caldinho do Pedrinho, para que o mesmo aprendesse a receita do caldinho da família, que de pronto, sabiamente ele aprendeu, assim em 1982 iniciou seu estabelecimento, tendo como carro chefe o caldinho.
O acaso junto com o trabalho, lhes sorriram, e fez aquele pequeno bar transformar-se em um espaço imenso, sem perder a qualidade e o gosto saboroso do caldinho, tradicionalmente ali servido, regado com limão taiti.
Essa história de sucesso, se traduz na visão empreendedora do arapiraquense, visivelmente percebida no sucesso colossal deste estabelecimento da arte culinária, que tem como base o histórico sabor do caldinho da Canafístula, tudo ali remota ao passado de glória, desta comunidade tradicional.
Fernando é responsável pelo aprimoramento e por colocar no mercado o Molho de Pimenta “Tio Fernando” que vem sendo desenvolvido desde 1983, chegando ao apogeu gastronômico na atualidade.
As treze casas de farinha, as treze barragens, os treze compadres, cada um dono do seu espaço, as várias indústrias artesanais de tijolos e demais derivados da argila, as cargas de tijolos, carregadas pelas carroças de burro, a Igreja de Santa Isabel, o beiju chapéu de couro feito na casa de farinha de seu pai, o cemitério do lugar, as festas da padroeira, o pastoril, o reisado, o guerreiro, o caldinho do Bar do Caldinho, o molho de pimenta de sua criação, as festas do Antônio Militão, entre outros acontecimentos cotidianos, que seus olhos vislumbraram, e boa parte destas memórias foram vivenciadas por ele próprio.
Esposo, pai, agricultor, oleiro, empresário do ramo gastronômico, entre outros dons artísticos. Assim, Fernando Barbosa da Silva é uma das Raízes de Arapiraca.
Idealização e direção Ricardo Nezinho | Entrevistado Arapiraquenses, 11ª Edição | Entrevistador Aldo CS | Local da gravação Arapiraca/AL | Data de Lançamento 22 de maio de 2022 | Produção executiva Ricardo Nezinho, Sandro Ferreira, José Sandro, Aldo CS, Caio Ceza, Jimmy Gonçalves | Historiador José Sandro | Diretor de Produção Aldo CS | Filmagem e Fotografia Sandro Ferreira | Técnico de som Sandro Ferreira, Cledivaldo de Oliveira | Colaboradores Isve Cavalcante, Fábio Barros, Bruno Nunes, Suely Mara Lins Melo | Projeto gráfico Aldo CS | Trilha de abertura Marcos Sena, Jovelino Lima | Artista plástico Marcelo Mascaro