Inêz de Oliveira Santos

A Fina Flor do Cavaco
TRAILERFILME

Sinopse

Nasceu no Sítio Cavaco, Arapiraca – AL. Já se vão quase um século de testemunho e vivências nesse ambiente histórico! Ali iniciou ajudando aos seus pais na lida da roça. Estudou nas proximidades de sua casa, em um salão improvisado de escola, suas mestras foram Palmira e Adalgisa.

Filha de João Ventura da Silva e Luduvina Balbina de Oliveira, iniciaram na profissão com uma pequena roça de subsistência, depois adentraram na cultura do fumo.

Subir nas árvores, era sua brincadeira preferida. Correr pelas estradas, de boto, entre outras estripulias. Lembra do reisado, do guerreiro, do pastoril em frente a sua casa ou em outro espaço, lá no Cavaco, na década de 1940; outros momentos eram na Baixa Grande e no Cavaquinho do Né Ângelo, organizados pelo seu tio, vereador Antônio Ventura, que também exercia a profissão de fumicultor e professor de jovens e adultos.

Quando alguém lhe contava estória de trancoso, perdia a noite o sono, de tanto medo, e quando morria alguém conhecido, passava mais  de oito dias sem dormir direito.

A casa de farinha de seu avô, Ventura José de Farias, era uma festa, lá ralou mandioca, sentiu o cheiro da farinha torrando na fornalha, “farinha gostosa, farinha quentinha!” O beiju misturado ao coco, acompanhado de xícaras de café, torrado e batido no pilão. Hoje ela sente saudades de todo movimento da velha casa de farinha, principalmente de sua gente ali unida.

Viveu em uma pequena casa de pau a pique, ali mesmo no Sítio Cavaco, reboco aparente de barro de acabamento rústico. Construção comum da década de 1930.

O cotidiano do Cavaco, as famílias que povoaram o recanto, a luz do candeeiro, era uma rotina. O balançar das réstias, o cheiro do gás a se espalhar na casa de sua infância e mocidade. Quando demorava com o candeeiro aceso, seu pai falava: “Apague esse candeeiro, para não acabar o gás!”  O vai e vem das poucas pessoas, a Bodega do João Lúcio, bem sortida, vendia do fardo a granel, aquelas tiras de charque ceará, o bacalhau estendido, inerte no balcão, o fígado alemão tão salgado! Chegava a dar água na boca, a lata de querosene Jacaré, o funil já todo encardido de óleo e poeira. O doce olhar de amor materno, o encanto da bravura diária paterna, os irmãos felizes na frieza do inverno e no causticante verão. Não tinha tempo ruim! Ruim mesmo é ter que deixar o tempo passar.

Conheceu e casou-se com o fumicultor, Balbino Bertuliano da Silva, descendente dos primeiros fundadores do sítio Breu, Arapiraca.

Conta ela, que a igreja local foi construída em terreno doado por João Macário, ilustre patriarca da família Macário do cavaco, e que os moradores do Cavaco se reuniram para fazer quermesses, leilões, pastoris para angariar fundos para cobrir as despesas da construção. Até ela montou uma banca para vender arroz doce!

Esposa, mãe, agricultora, memória viva das últimas nove décadas da evolução histórica da Terra de Manoel Félix dos Santos. Foi forjada pelo longo caminho! Assim, Inêz de Oliveira Santos, é uma das tradicionais Raízes de Arapiraca.

 

Ficha Técnica

Idealização e direção Ricardo Nezinho | Entrevistado Arapiraquenses, 18ª Edição | Entrevistador Aldo CS | Local da gravação Arapiraca/AL | Data de Lançamento 17 de novembro de 2023 | Produção executiva Ricardo Nezinho, Sandro Ferreira, José Sandro, Aldo CS, Caio Ceza, Jimmy Gonçalves | Historiador José Sandro | Diretor de Produção Aldo CS | Filmagem e Fotografia Sandro Ferreira | Técnico de som Sandro Ferreira, Cledivaldo de Oliveira | Colaboradores Isve Cavalcante, Fábio Barros, Suely Mara Lins Melo | Projeto gráfico Aldo CS | Trilha de abertura Marcos Sena, Jovelino Lima | Artista plástico Marcelo Mascaro.

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *