Maria Manoelita Fagundes

A Parteira e os Curis

( Nitinha Parteira )

 

TRAILER FILME

Sinopse

Nasceu em Maraial, divisa entre Alagoas e Pernambuco, logo mudando – se para Pirajú, povoado da Usina Porto Rico, mudando – se novamente para a Cidade de Colônia Leopoldina-AL. Lá estudou no Grupo Escolar Aristeu de Andrade, nesta época à palmatória clareava seus conhecimentos da tabuada.

Pular corda, jogar voleibol, brincar de pular aviãozinho(amarelinha), bonecas de retalhos e de palha de milho, brincar de venâncio feito de pau, que ela mesma pintava e  produzia, são recordações de sua infância. 

Sempre aos finais de semana fazia a limpeza do grupo escolar, onde a mesma estudava. Ainda na infância montava no cavalo com caçoar, carregado de cereais para a comercialização nas feiras das redondezas, ali ela vendia: charque, bacalhau, açúcar, feijão, arroz, café em grãos, para torrar e pisar no pilão; pescava, tratava e salgava os peixes para vendê – los nas feiras das redondezas, além de outras mercadorias. Conciliava este labor com o trabalho no posto de saúde, onde iniciou sua trajetória como parteira. Ainda foi dançarina de guerreiro do mestre Chico Machado em Colônia Leopoldina-AL. 

Em 1961 chega a Arapiraca, indo morar na atual Praça José Pereira Leão (Os Curis), localidade tradicional, povoada principalmente pela família Curi do grande patriarca Pedro  Curi, que ali formou um importante núcleo familiar, que ainda continua lá, como paisagem humana a abrigar o velho recanto, repleto de casas e pessoas que  parecem nem se incomodar com o vai e vêm dos transeuntes  e veículos.

O choro, o riso, a alegria, o povoamento de Arapiraca, o romantismo saudosista que gira em torno da Praça dos Curis, a igrejinha construída em 1970, o balançar das palmeiras de ouricuri, a linha férrea, outrora trilhos do progresso,  que Nitinha saudosamente recorda. 

Ela diz que os primeiros médicos do Regional foram: Itamar Ramos, Edler Lins, Judá Fernandes, e que o administrador do hospital era Mario Lima da Sorveteria Pinguim. Trabalhou no Hospital Regional de Arapiraca, no Hospital Santa Maria, na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, além de auxiliar nas cirurgias da Doutora Ceci Cunha e outros inúmeros médicos. 

Mulher de vanguarda. Percorria dez léguas a pé, para não perder uma festa. 

Foi uma das primeiras mulheres de Arapiraca a tirar habilitação para dirigir automóveis.  

Ela conta que foi a um comício do Higino Vital, e que lá a oposição soltou uma bomba, foi uma correria só, e que ela chegou em casa descalça, e que no outro dia ela foi procurar na rua do Centro, as sandálias, e encontrou um amontoado de chinelos, porém de um pé de cada.

Os carnavais de outrora vividos por Nitinha, as festas de Santo, de Natal, os comícios e o destalar de fumo, além de outras eventos do cotidiano arapiraquense foram vividos intensamente por ela. 

Esposa, mãe, vendedora de cereais nos caçoares no lombo de cavalos, costureira, parteira, funcionária pública aposentada lotada no Hospital Regional de Arapiraca, sendo uma das primeiras parteiras desta tradicional instituição de saúde. Assim, Maria Manoelita Fagundes, Nitinha parteira é uma das raízes históricas de Arapiraca.

Idealização e direção Ricardo Nezinho | Entrevistado Arapiraquenses, 11ª Edição  | Entrevistador Aldo CS | Local da gravação Arapiraca/AL | Data de Lançamento 22 de maio de 2022 | Produção executiva Ricardo Nezinho, Sandro Ferreira, José Sandro, Aldo CS, Caio Ceza, Jimmy Gonçalves | Historiador José Sandro | Diretor de Produção Aldo CS | Filmagem e Fotografia Sandro Ferreira |  Técnico de som Sandro Ferreira, Cledivaldo de Oliveira | Colaboradores Isve Cavalcante, Fábio Barros, Bruno Nunes, Suely Mara Lins Melo | Projeto gráfico Aldo CS | Trilha de abertura Marcos Sena, Jovelino Lima | Artista plástico Marcelo Mascaro