Sinopse

Nasceu no Sítio Urubeba, Coité do Nóia-AL, nas margens do Rio Poção. Lá plantava roça de meeiro ao lado de seu pai, que também era almocreve; dançava pagode, guerreiro, assistia as apresentações do pastoril, organizadas por Antônio Miguel, genro do Antônio Vital, além do fiscal da prefeitura de Arapiraca, Amabílio. De lá saiu aos quinze anos de idade, indo à São Paulo. Lá trabalhou na colheita de algodão, e por algum tempo como policial militar, pedreiro, e garimpeiro em Serra Pelada e outras localidades.

Aos 21 anos retornou à Arapiraca, vindo morar na Rua São Paulo, lugar que já foi por décadas rua destacada no destalar do fumo.

Na Rua São Pedro, em 1958, moravam Aurora Nunes, sua irmã, onde o jovem Sebastião gostava de ficar. O resto eram plantações nativas de mororó de espinhos, canzenzas, espinheiros vermelho, quiçaças que brotavam no verão; estas terras eram de propriedade de Manoel André Correia Santos, parte delas, vendidas ao vereador Domingos Vital, segundo o mesmo.

Seu avô paterno era João Nunes, oriundo dos Nunes de Craíbas dos Nunes e sua mãe era de origem de Coruripe da Cal, da família Saturino, que se espalhou no Sitio Boa Vista. Sebastia casou com Josefa Rosa de Oliveira Nunes com quem teve seis filhos.

Começou a vender galinha de capoeira aos sete anos, em um coreto antigo, em frente à igreja velha de Nossa Senhora do Bom Conselho, atualmente em um box no mercado público José Alexandre dos Santos.

A feira de Arapiraca é o seu espaço de labor. Os longos anos, as mudanças temporais, a democracia em cada centímetro, o vai e vem de gente como a gente: simples, feliz e resignada; os atores reais de uma peça formidável e histórica, esta é a feira, onde o cheiro de gente se mistura com os cheiros e cores da cada elemento que compõem aquele amontoado de bancas e mercadorias. Sebastião sabe muito desses variados ingredientes da paisagem humana, espirito da feira. Lá ele ganha a vida há mais de sessenta anos e ajuda a aumentar a economia da terra de Manoel André.

Esposo, pai amoroso e tenaz, comerciante, senhorio e uma das figuras trabalhadoras desta terra. Assim, Sebastião Nunes da Silva (Sebastia), tornou-se uma das Raízes de Arapiraca.

• O Mercardor